Janine em 23/12/2020 13:07 Minha gatinha Chitinha infelizmente virou uma estrelinha, devido o despreparo e a ganância por dinheiro. Chitinha foi resgatada da rua no início do ano de 2017. No domingo 29/11/2020 pela manhã, Chitinha apresentou uma falta de ar, chegando a respirar até mesmo com a boca aberta e com a língua para fora. Ligamos na Caoxonado, que veio até minha casa para levar ela para a clínica. Lá deram oxigênio e ela recuperou o fôlego, e tinha voltado ao normal dela. Depois fizeram um raio-X que detectou ruptura diafragmática. Como ela foi resgatada da rua, pode ter sido por atropelamento, segundo eles. Agora começa a loucura por dinheiro. Começaram a nos dizer que ela precisava de uma cirurgia urgente, nos apavorando o tempo todo. Disseram que era uma cirurgia de risco, que ela poderia morrer durante a cirurgia ou pós cirurgia. Não deram tempo nem da gente pensar direito, para tomar uma melhor decisão. Disseram que a cirurgia era $ 2.500,00, incluindo 3 dias de internação, mas que fariam por $ 2.300,00. Tentei passar os cartões, mas os bancos não autorizaram. Então me disseram que fariam por $1.400,00. Passamos os cartões e os bancos autorizaram, infelizmente. Minha Chitinha passou pela cirurgia com tranquilidade, segunda a veterinária que fez a cirurgia, porque minha Chitinha era uma gata muito forte. Depois da cirurgia a gata só foi definhando, não comia mais. Na terça-feira, 01/12, tivemos que tirar a gata de lá, porque não tínhamos dinheiro para manter ela internada por mais dias. Outro ponto importante que faltou clareza por parte deles foi nos dizer que além de ser arriscada a cirurgia, poderia ter complicações pós-cirúrgica, e como eles bem viram, nossa condição financeira é precária. Então trouxemos a Chita para casa já num estado triste de ver e quando chegamos aqui, começou apresentar uma respiração com presença de fluídos. Voltamos com ela para a Caoxonado, onde ela foi medicada com um diurético intravenoso, que segundo a veterinária, retiraria esse líquido do pulmão, que a gente nem sabia o que era. Quando ela acabou de medicar a gata, escorreu pela boca da gata um líquido levemente avermelhado, como se fosse plasma sanguíneo. A minha namorada perguntou se aquilo era sangue, e a veterinária disse que não, disse que era apenas um líquido do estômago. Vendo o estado da gata, pedi para que a gata ficasse internada e que pagaríamos depois, no dia 5/12, e eles aceitaram. A partir daqui a gata piorou ainda mais. Tomando diurético intravenoso sem saber o que era o líquido presente no pulmão dela. Solicitaram um outro raio-x que detectou presença de líquido na cavidade peritoneal, e uma possível nova ruptura do diafragma. Perguntei a veterinária se isso ocorreu devido nos termos trazido ela para casa no dia 01/12, ela disse que não. A gata continuou piorando, mas como era muito forte minha Chitinha e queria muito viver, continuou na luta tadinha. Em seguida, solicitaram um ultrassom no sábado, 5/12, pela manhã, que confirmou a presença de líquido no peritônio e a ruptura, além de esplenomegalia (baço inchado), hepatopatia esteroidal, que é causada pelo uso de prednisolona (vejam esse artigo: Hepatopatia esteroidal em gatas após terapia com prednisolona: aspectos laboratoriais, tomográficos e histopatológicos), um antinflamatório que certamente era o de humanos que estava dando a gata. A presença de líquido foi ligada a PIF (Peritonite Infecciosa Felina) causada por um vírus. Perguntamos a veterinária o que causava essa doença infecciosa, ela disse que era uma infecção bacteriana. Mais uma vez demonstrando falta de conhecimento. À tarde fizeram um hemograma controle, um direito nosso segundo eles, que confirmou um número baixíssimo de plaquetas (células responsáveis pelo estancamento de uma possível ruptura de vasos sanguíneos) que já aponta para uma hemorragia, mas em momento algum eles cogitaram esse diagnóstico. Uma das veterinárias me disse que as plaquetas tinham a função de transportar nutrientes, quando questionei ela sobre a função dessas células no organismo. Eu e minha namorada somos biólogos, na hora fiquei boquiaberto com isso. Hora nenhuma eles cogitaram a ideia de uma transfusão de sangue ou de plaquetas. Além disso, tínhamos direito a um exame bioquímico, que não foi feito porque a máquina não estava funcionando, e eles nem para levarem a amostra de sangue em outro lugar que pudesse fazer, porque eles não ganhariam com isso, simplesmente cagaram para a condição da gata. Um detalhe importante, é que exames de raio-x podem destruir células sanguíneas e destruir a capacidade do organismo de produzir novas células, que pode ser lido nessa dissertação aqui (Título: Efeitos da Radiação X e Níveis de Exposição em Exames Imagiológicos), sendo portanto preciso ter muito cuidado com a frequência desse exame. Exames e exames e eles não chegavam à conclusão nenhuma. A noite disseram que seria preciso fazer a retirada de uma amostra desse líquido, guiada por ultrassom. Decidimos fazer, só que o cartão não passou. No domingo tivemos que tirar ela de lá, porque não tínhamos dinheiro para manter ela internada, e nem queríamos também, a gata estava destruída, eles dão basicamente só medicamentos de humanos para os bichos, que é uma prática comum, me parece, mas que agride muito o organismo do animal, e pior ainda em casos como o da Chitinha. Algumas vezes cheguei lá e a água que estava para a gata beber estava suja, e quem conhece gato sabe como eles são muito seletivos na qualidade da água. A água era da torneira, torneira que eles usavam para dar banho nos animais quando eles ainda ofereciam esse tipo de serviço. Aqui em casa ela só bebia água filtrada. Algumas vezes também cheguei lá e os pedaços de toalhas que eles usavam para a gata dormir estava molhado, pelo derramamento de água ou por urina mesmo. Além disso, algumas vezes cheguei lá e a mangueira de soro estava torcida, o que poderia impedir do soro chegar pra ela, mas nesse caso ela não estava tomando soro, porque o equipamento não estava ligado, mas vai saber se isso também se passou quando ela estava realmente tomando o soro. Assim, não iria soro algum para minha Chitinha. Ela sofreu tanto nas mãos deles. Chegamos com ela em casa, a gata estava seca em água. Demos patê na seringa, como lá eles faziam. A gata não pregou o olho a noite toda, e acho que se aqui ela não dormia, imaginem lá. De certo minha Chitinha já estava há uma semana sem dormir, sem comer, porque forçar na seringa não é a mesma coisa. Mesmo assim continuava encontrando forças, tadinha, queria viver, uma tristeza. Na segunda-feira, dia 07/12, à tarde, conseguimos dinheiro emprestado com nossos amigos, vizinhos e parentes, e levamos ela em outra clínica 24 horas, onde foi internada, com o intuito de colocar uma sonda esofágica nela para que ela pudesse se nutrir. Mediram a pressão arterial da gata que estava muito baixa (detalhe, na Caoxonado em momento algum eles falaram da pressão dela, acho que nem mediam). Passamos todos os exames para a veterinária que nos disse que ela poderia estar com hemorragia interna, e que necessitava fazer exames adicionais para confirmar. Mas mesmo antes dos exames serem realizados, minha Chitinha teve uma parada cardiorrespiratória. Tentaram reanimá-la, mas sem sucesso. Que dó, meu coração está muito ferido, a casa não é a mesma sem ela, os nossos outros três gatos estão também sentindo muito a falta dela, era uma gata que cativava a todos. Nunca mais levo animal nessa clínica. Nada será como antes, estamos destruídos. Veterinários precisam ser competentes, sinceros, claros e amar a profissão, pensar no sofrimento dos animais e no de seus tutores, não só em dinheiro. A veterinária que fez a cirurgia, nem melhoras desejou quando fomos buscá-la, nem pra gente olhou ao entregar a receita, uma ordinária, insensível. Quando passarem pela dor que passamos, entenderão.